“Philosopher in meditation” de Rembrandt van Rijn
O nunca chegou.
O amanhã, nunca.
Minhas esperanças
foram abandonadas
no frontispício do inferno,
onde meu epitáfio
já estava escrito...
Carrego as incertezas
de minha identidade
e as dúvidas de quem sou
e para onde vou.
Qual a missão?
E as incertezas?
Com tantas certezas,
com certeza, se perderam
em elucidações misteriosas...
Não sou um pessimista.
Apenas, o que vejo, escuto,
vivo, convivo
sufoca as expectativas...
E vou, como vim,
para o inelutável fim,
ignorante...
Para onde foram os ensinamentos
ou onde ficaram guardados?
Nos “Livros Sagrados”?
Em Alexandria?
Os grandes filósofos
o que disseram?
Que nada sabem?...
Não me falem mais de sábios,
não me falem em escuridão
da morte.
Já vivo em escuridão de vida,
com dúvidas tão atrozes
que nenhuma genialidade
resgata...
De: João Costa Filho