“Le bonheur de vivre” de Henri Matisse
O verdadeiro amor
pode começar e acabar,
antes do pôr do sol.
Não precisa de eternidade.
Que seja, apenas, infinito
o necessário, indelével.
Pode acabar na mesma
musica em que começou
ou diante do
mesmo cisne,
onde nada se tisne,
ou durante um drinque.
O eterno é o retrato
que do amor ficará.
Dele herdará as fantasias
luminosas e radiantes
de infinitas tragédias
inerentes ao amor,
ao sofrimento, ao gozo:
ingredientes necessários
aos receituários
que se eternizam,
às palavras bem ditas,
às químicas epidérmicas
que desvelam ânsias
e vontade ímpar
da posse, do invadir,
do unificar, em pujanças,
momentos de vida,
do amor,
enquanto dure...
De: João Costa Filho