Quarta-feira, 27 de Outubro de 2010
“La passion” de Mathias Waske
Se depender de mim,
nos despiremos de hipocrisias
e atravessaremos o mundo,
como xifópagos e
amando, despudoradamente,
por todas as metrópoles
e circunscrições.
E em nossas imoralidades
desfilaremos Kama Sutra,
Sade
e todos os malditos
da santa geometria
da gênese
e do amanhecer,
reverberando em inovações.
A cada dia, tempo
para nosso êxtase,
para a finalidade maior,
por isso, monumental.
O Guiness da indecência
é a meta!
Faremos amor
em praças públicas,
sem medo,
pois só os pecadores
nos condenarão,
só os excomungados
nos excomungarão.
Senão,
compraremos
alguma indulgência
e, a posteriori, ganharemos o reino
com a exibição circense
de nosso coito-show.
Cumpriríamos
essa missão divina,
extravagantemente,
para que nos comentassem
nos céus e nos infernos.
E todos os oceanos e
montanhas
ecoariam nosso erotismo,
essa imensa vontade de mostrar
o quanto te acho santa,
o puro animal que eu sou,
para mim
e para ti,
assim grudados
em nossas
universalidades.
De: João Costa Filho