“Springtime” de Pierre-Auguste Cot
Sou um apaixonado
pelo amor,
o encontro, mesmo fugaz,
de dois corpos, duas almas
que gozam da missão maior
do viver,
do reverberar.
O amor é simples,
mas é complexo, tridimensional,
espiritual, extra terrestre.
É a terra, é o céu
e o inferno,
é o pecado
e a redenção,
a paixão e a compaixão,
a sedução da sedução,
geograficamente, perfeita.
São as pontes, os rios,
as curvas, os montes
e cordilheiras, caminhos,
florestas encantadas de
se apalpar...
Inefável! Indizível!
Ninguém é tão poeta
para dizer tudo do amor.
Nem todos os poetas
diriam tudo do amor
ou o bastante.
O amor, só, se basta,
quando existe amor
e, mesmo assim,
nunca é bastante.
É dinâmico, cósmico, celestial!
Onde estão as palavras?...
Portanto, quero amar muito
e quero pecar muito mais
todos os pecados novos
e os arcaicos também...
Quero amar a Maria
cheia de graça,
a Tereza, a Cristina,
a Gioconda e a Etelvina.
Quero sentir muito amor.
O Senhor mandou
e me encheu dessa pujança
da vida
e de um chip
que me define,
sexualmente, transmissível.
Desprezo quem condena o amor,
qualquer amor.
Desprezo, também, os limites
e as fronteiras.
O amor é incolor,
volátil e de todos...
De todos que querem amar...
Mas quem quiser rezar,
reze, para que eu ame muito mais,
para que todos amem muito mais,
até ao fim de meu tempo
e até ao fim dos tempos...
De: João Costa Filho