“The Tower of Babel” de Pieter Bruegel, the Elder
Entretido em minhas utopias,
falta-me espaço real,
para tocar um viver simples.
Há muito, me alimento
do lúdico, do fantástico
em aventuras românticas
e contos mirabolantes
das doces histórias.
Sou viciado nessas viagens
e eterno passageiro
de vôos incríveis.
E, quando de volta
à minha caverna, aqui,
a realidade não é menos
prodigiosa ou estonteante,
pois que, na selva de pedra,
habitat de estranhos bichos,
há bichos homens,
muito mais perigosos
e traiçoeiros
do que os, lá, enfrentados
e com alguns recursos terríveis,
como a fala,
que nos faz uma Babel.
A vaidade que nos corrompe,
as eternas rivalidades
por qualquer taça de areia
e todos os apetrechos
para a autodestruição
de guerras sem fim.
Necessito de voltar
ao mundo do faz de conta
e esquecer este (i)mundo
faz de conta...
De: João Costa Filho